Glenn Close deixa de lado as vilãs e se veste de homem no filme Albert Nobbs
Por trás da amante enlouquecida de Atração Fatal, da perversa Cruela DeVil, de 101 dálmatas, e da implacável Patty Hewes, da série Damages, existe uma mulher serena e amável chamada Glenn Close. Com fama de malvada por causa de suas personagens, a atriz surpreende tanto pela doçura como por seu novo papel nos cinemas. Glenn, indicada ao Oscar de melhor atriz em Albert Nobbs (o fechamento desta edição aconteceu antes da premiação), de Rodrigo García, vive uma mulher que se veste de homem para conseguir emprego de mordomo.
Ainda que o filme se passe no século 19, a atriz acredita que a mulher é discriminada até hoje. “As mulheres têm dificuldade de se sobressair. Embora eu sempre tenha tido trabalho, em Hollywood é mais fácil sobreviver se você for homem”, revela Glenn, que, aos 64 anos, é a protagonista, produtora e corroteirista de Albert Nobbs. “Não fiz tantas vilãs. Malvada mesmo só a Cruela. As outras eram mulheres lutando para sobreviver no mundo dos homens”, pondera.
Seu novo filme, aliás, trata justamente desse tipo de mulher, que tenta se adaptar ao mundo masculino. “Ela não encontra espaço na sociedade e por isso se veste de homem. A repressão ainda existe, nosso valor é questionado, e tem a repressão sexual, que no filme é abordada com delicadeza”, diz Glenn Close.
Elegante e discreta, ela admite que gosta do corselet que Albert Nobbs usa por baixo da roupa masculina, para esconder os seios: “Acho sensual”. E será que, alguma vez, Glenn quis ser homem? “Não mesmo, sou boa o suficiente como mulher”, revela sorridente.
Vai lá: Albert Noobs - este mês, nos principais cinemas do Brasil
