O homem moderno e hypado é igual a uma criança de quermesse de escola
Pense em um moderno. Se ele for de São Paulo, vai estar usando uma camisa xadrez nesses dias de frio. Isso com um jeans justo (louvadas sejam as calças skinnies para homens e os caras que têm coragem de usá-las). Se ele for corajoso, vai estar também com uma bota (gatoooo). Mas o mais provável é que ele esteja de tênis (um bem velho). Alguma barba, ou bigode, vai estar naquela cara. E, quem sabe, um boné.
Ele pode ser um cara de banda (Ei, Adriano Cintra, do CSS), um artista plástico ou alguma outra variedade de hipster, como o designer, o ilustrador, o arquiteto, o tatuador e por aí vai. Ele geralmente usa uma mochila. E vai na galeria Vermelho (templo da arte contemporânea e dos homens hipsters de São Paulo, mas sabemos que toda cidade tem um lugar assim).
Como temos visto muitas crianças vestidas para as festas juninas da escola pelas ruas, chegamos a uma conclusão bizarra: o homem hipster é o caipira de festa junina!
Sim, eles se vestem exatamente da mesma maneira. Até a mochila é igual. Vale lembrar que tudo que um hipster mais odeia na vida é ser chamado de caipira (o que é uma atitude bem caipira).
Talvez nossos amigos hipsters nem fiquem com raiva da gente depois de ler este texto. Isso porque, como tudo, a camisa xadrez está deixando de ser hype. Motivo: agora todo mundo usa. Até os integrantes do Fresno (que é uma banda emo popular e portanto muito caipira) e o Rodrigão do BBB (que é um participante de reality show, logo, um supercaipira).
Se bem que essa coisa de só gostar de uma coisa antes que todo o resto do mundo goste também é uma atitude muito parecida com a dos moleques de 7 anos. Pense só. Eles gostam do Ben 10. Aí, quando a gente vai dar para eles um de presente... eles não gostam mais. Ou seja, além de caipiras, os hipsters têm 7 anos.
P.S. A gente tá provocando, mas adora um homem hipster de camisa xadrez. Na verdade a gente gostava mais antes, quando ninguém do BBB usava, só estilistas de Londres. Sim, também temos 7 anos.
