por Redação
Tpm #100

Perguntamos para quatro mulheres: Qual música gostaria que tivesse sido feita para você?

Tem música que não sai da cabeça, que se ouve pela vida toda e aquela que parece ter sido escrita para você. Perguntamos a quatro mulheres:

Qual música gostaria que tivesse sido feita para você?

Vera Egito, 28 anos, cineasta
“Porque sei que tenho uma personalidade difícil. Sou meio mal-humorada, impaciente, introvertida. Sei que conviver comigo às vezes é um desafio para aqueles que gostam de mim. Mas, vencidas essas dificuldades, sou também muito amorosa e comprometida com aqueles que amo. Ter esta música dedicada a mim seria ótimo: ‘Venha como você é’. Porque é assim que eu vou, com o que tenho de pior e de melhor.”

“Come as You Are”, do Nirvana
Come as you are,
as you were,
As I want you to be,
as a friend,
As a friend,
as an old enemy
Take your time, hurry up
The choice is yours,
don’t be late
Take a rest, as a friend
As an old memory, memory,
Memory, memory
Come dowsed in mud,
Soaked in bleach,
As I want you to be
As a trend, as a friend,
As an old memory, memory,
Memory, memory,
And I swear that I don’t have a gun
No I don’t have a gun, no I don’t have a gun
Memory, memory, memory
(don’t have a gun)
And I swear that I don’t have a gun
No I don’t have a gun,
no I don’t have a gun
No I don’t have a gun,
no I don’t have a gun
Memory, memory

Marina Wisnik, 29 anos, cantora
“Esta música revela que, ao mesmo tempo em que o que temos é nosso, não existimos por nós mesmos. O outro nos mostra quem somos, nos transforma e vice-versa. Escolhi esta música porque, já que na realidade não foi feita para mim, eu ficaria representando o todo, o coletivo, o olhar que cada um pode ter e dar.”

“O seu olhar”, de Arnaldo Antunes

O seu olhar lá fora
O seu olhar no céu
O seu olhar demora
O seu olhar no meu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu
Onde a brasa mora
E devora o breu
Onde a chuva molha
O que se escondeu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu
O seu olhar agora
O seu olhar nasceu
O seu olhar me olha
O seu olhar é seu
O seu olhar seu olhar melhora
Melhora o meu

Sarah Oliveira, 31 anos, apresentadora de TV
“A música que eu queria que tivessem escrito para mim é ‘Meu Amanhã’, do Lenine. Acho uma verdadeira declaração de amor. Lenine é incrível e esta letra é linda.”

“Meu Amanhã”, de Lenine

Ela é minha delícia
O meu adorno
Janela de retorno
Uma viagem sideral
Ela é minha festa
Meu requinte
A única ouvinte
Da minha rádio nacional
Ela é minha sina
O meu cinema
A tela da minha cena
A cerca do meu quintal
Minha meta, minha metade
Minha seta, minha saudade
Minha diva, meu divã
Minha manha, meu amanhã...
Ela é minha orgia
Meu quitute
Insaciável apetite
Numa ceia de natal
Ela é minha bela
Meu brinquedo
Minha certeza, meu medo
É meu céu e meu mal
Ela é o meu vício
E dependência
Incansável paciência
E o desfecho final
Minha meta, minha metade
Minha seta, minha saudade
Minha diva, meu divã
Minha manha, meu amanhã...
Meu fá, minha fã
A massa e a maçã
Meu lá, minha lã
Minha paga, minha pagã
Meu velar, minha avelã
Amor em Roma,
aroma de romã
O sal, e o são
O que é certo, o que é sertão
Meu Tao, e meu tão...
Nau de Nassau,
minha nação

Joelma, 36 anos, cantora da banda Calypso
“Além de ser uma linda composição, qual mulher não queria ser uma rosa? Além disso, as menções atribuídas a Deus me deixam emocionada.”

“Rosa”, de Pixinguinha e Otavio Souza

Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida
pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao
meu lanceado
Pregado e crucificado
sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu
Tu és a forma ideal
Estátua magistral
Oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a
soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes
cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem
de belo
Em todo resplendor
da santa natureza
Perdão, se ouso
confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito
não resiste
Oh meu Deus o quanto
é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar
em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes
de dor
E receber a unção
da tua gratidão
Depois de remir
meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até
meu padecer
De todo fenecer

* * *

(*) Para comemorar a Tpm#100 conversamos com 100 mulheres. Veja todas aqui

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