Ser mãe é padecer na internet

por Camila Eiroa

A jornalista Rita Lisauskas é a nova parceira do site da Tpm com seus textos sobre maternidade no século XXI

Rita Lisauskas tem 37 anos, é jornalista há 16 e sempre trabalhou em televisão. Também é mãe de Samuel, de quatro anos, madrasta do Lucca e do Raphael e dona do blog Ser mãe é padecer na internet. Para a Tpm, vai colaborar com posts quinzenais.

Conversamos com ela para saber como surgiu a ideia do blog e sobre quais assuntos ela escreve por lá.

O que mudou depois que você se tornou mãe? O Samuel nasceu só depois de muita luta para engravidar e graças à fertilização in vitro. Por isso esse é um dos assuntos do blog. Pesquisei tanto e fiz tantos amigos enquanto tentava ser mãe que decidi escrever um pouco sobre o assunto para ajudar e "fazer companhia" às mães que estão nesse processo (doloroso) de um tratamento de fertilidade. Depois que meu filho nasceu, minhas prioridades mudaram: não topo mais trabalhar até tarde, aceitei um emprego que me permite folgar todos os fins-de-semana e feriados. Rotina que era uma coisa que eu odiava passou a ser sonho de consumo. Faço questão de buscar meu filho na escola todos os dias, dar banho nele, levar à natação e ao judô. Lutei tanto para ter um filho e não quero terceirizá-lo.

E ser madrasta, é uma experiência diferente? Ser madrasta foi um treino para ser mãe. Quando comecei a namorar meu marido ele tinha dois filhos pequenos. Troquei fralda, joguei futebol e depois deles cheguei a conclusão que se ser madrasta era bom daquele jeito, ser mãe deveria ser ainda melhor. Quando o Samuca nasceu, já tinha treinado um pouco minha maternidade com o Rapha e o Lucca, que hoje têm 14 e 10 anos.

Como surgiu o blog? O blog nasceu porque costumava postar as coisas do meu filho no Facebook e o Fábio Pannunzio, repórter especial da Band e meu amigo, insistiu que eu tinha que transformar aquilo em blog ou livro. Sugeriu até o nome: o "Ser mãe é padecer na internet". Eu acatei. Adorei a ideia, na verdade. Comecei a blogar nesse mundo materno e as pessoas começaram a comentar as coisas que eu escrevia, dizer que gostavam. E não parei mais.

Quais assuntos você mais aborda? No blog eu conto um pouco as delícias e as dificuldades de ser mãe e madrasta. Às vezes deixo o tom confessional de lado e faço reportagens, conto histórias de outras mães. Já abri o espaço para um amigo que virou pai contar seu "nascimento como pai", a uma grande amiga para dizer como o coração de uma mãe de gêmeas aperta no dia em que tem que escolher de qual reunião de escola vai participar, já que a das duas meninas é no mesmo horário. Desabafei ao ver meu marido e filho sofrerem pela ausência dos irmãos - já que quando a relação dele com a ex se complicou, foi meu filho o que mais sofreu. Escrevi no blog uma carta à mãe dos meu enteados como se fosse o Samuca falando, explicando para ela que a rusga dos dois e a prática de usar os meninos como arma contra o pai na verdade, afetava a família toda.

Você recebe muitos comentários de outras mães, existe um diálogo? Recebo muitas mensagens, principalmente de madrastas pedindo conselhos e de mulheres que estão tentando engravidar. Uma vez uma amiga de amigos pediu para me encontrar para desabafar sobre a relação com a enteada. Não tenho fórmula mágica e nem acho que sou boa conselheira, mas procuro contar para elas porque acredito que a relação com meus enteados deu tão certo. De madrasta virei amiga e conselheira.

Leia aqui a estreia da parceria de Rita Lisauskas e o site da Tpm: iPad é a nova chupeta?

Vai lá: http://vilamamifera.com/padecernainternet // http://www.facebook.com/padecernainternet e quinzenalmente no site da Tpm

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