Milly Lacombe em ação

Tpm

por Redação

A colunista contou como é o seu processo de criação desde a inspiração até a hora do vinho

 

Como você decide o tema ou quem será retratado na sua coluna?
Nunca tenho tema. Muitas vezes me vem um assunto enquanto estou correndo pelas ruas da cidade. Mas normalmente o que me "inspira" é o email da Carol [editora da Tpm] que invariavelmente diz: "Você manda sua coluna daqui a três dias?". Aí eu choro, esperneio, digo que sei que tem uma gripe vindo aí e que ela vai me pegar em cheio... a Carol sempre finge que acredita e negociamos um novo prazo que eu, quase invariavelmente, furo. Aí, quando é depois do dia de entregar e eu já estou absolutamente constrangida, coloco um tênis, pego o ipod e vou correr. Normalmente volto com uma história na cabeça que acabo escrevendo em meia hora. Ou seja, tenho alma de vagabunda mesmo.

Então é assim pá-pum? 

Faço no batidão. As melhores são as que saem em minutos. Tem algumas que eu nem lembro de ter escrito, que saíram tão inspiradas que nem parecia que era eu escrevendo. Sei lá, é como se eu entrasse numa fenda temporal, uma experiência doida. Meio maluco, eu sei, mas é assim. Outras eu começo a escrever e o coração dispara, então sei que vai ser bacana. Outras me fazem chorar e eu tenho que parar, mas não quero parar para não perder a inspiração, então continuo, e o teclado vai ficando molhado e eu não vejo mais nada que teclo. Quando acabo, tá tudo cheio de erro de digitação, levo um tempo arrumando. É meio caótico.

E você gosta de escrever em casa tomando um vinho, café...?
Rola um vinho sim. Quando eu sei que tenho a história na cabeça, pelo menos a passagem sobre a qual quero escrever, me sirvo uma taça de vinho e sento diante da página em branco. Aí, quando vou reler, pego a segunda. Gosto de escrever em casa e à noite. Adoro ficar em casa. Aliás, por mim, só saía para ir ao Pacaembu e para Gonçalves [em Minas Gerais], que é a outra casa.

 

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