Vem que eu tô facinho!

por Lia Bock

(mas não conta pra ninguém)

Ninguém melhor do que nós mesmos para saber nosso próprio valor. “Levante a cabeça” e “se dê ao respeito” são frases que ouvimos com frequência de nós e dos nossos. Mas nem sempre a vida e os astros colaboram e uma hora chega aquele momento em que entramos em promoção. Olhamos no espelho e, enquanto passamos o rímel, pensamos que por ora vamos baixar o nível, vamos mesmo apelar. No dia em que carimbamos a black friday na alma vale dar corda a qualquer um que apresente o mínimo para iniciar uma nova paquera. No dia em que pop-ups de desconto só faltam pular da nossa boca, dá para desenterrar aquele barbudinho esquisito que te “cutucou” (ui) há uns meses atrás. Na promoção a gente toma catuaba, releva tatuagens bizarras e aceita indicação (suspeita) de amiga – aquele bofe que com ela não colou, mas com você, quem sabe... Vale tudo para fazer o mundo girar e encontrar novos problemas. Quer dizer, quase tudo, só não vale contar pra esse mesmo mundo que estamos cobrindo qualquer oferta. Da boca pra fora segue valendo a máxima da feira “mulher bonita não paga mas também não leva”. Faz figa e simbora pra pista.
Diz a lenda que basta algo entrar em promoção para os seres humanos se engalfinharem, certo? Como tem dias em que o que a gente mais precisa é fila na porta, bora baixar o preço, a guarda e a vergonha na cara.

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