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por Redação

A Casa Tpm juntou figuras das mais variadas áreas para debater questões femininas. Na plateia, 1.700 em dois dias de reflexão e festa

Pelo segundo ano, a Casa Tpm juntou figuras das mais variadas áreas para debater questões femininas – dos velhos tabus e estereótipos às discussões mais contemporâneas. Na plateia, 1.700 pessoas, em dois dias de reflexão e festa

Vinte e sete debatedores e cerca de 1.700 participantes lotaram os salões do Nacional Clube, em São Paulo, na segunda edição da Casa Tpm, evento que aconteceu nos dias 17 e 18 de agosto. Com Sarah Oliveira como mestre de cerimônias, 13 painéis reuniram mulheres (e homens) de diversas áreas de atuação para discutir “assuntos de mulher” – em especial, os estereótipos que nos perseguem desde o tempo das nossas avós, e que esta revista questiona há 12 anos. Na pauta, trabalho, política, ativismo, moda, sexo, casamento, corpo, maternidade, cultura. Além dos debates, concentrados no salão principal da casa, havia atrações por todos os cômodos: sala de maquiagem montada pela Natura, espaço de massagens, nail bar, espaço de alimentação. E, ao final de cada dia, drinks e shows de dois artistas que a Tpm adora: Otto, no sábado, e Tulipa Ruiz, no domingo. Nas próximas páginas, uma amostra de tudo o que rolou.


Sábado: trabalho, corpo, internet, relação homem-mulher e maternidade

O sábado, primeiro dia de Casa Tpm, começou com uma conversa sobre mulher e trabalho. Mediadas por Fernando Luna, diretor editorial da Trip Editora, a antropóloga Mirian Goldenberg, a delegada e diretora-geral da corregedoria da polícia civil do Rio de Janeiro, Adriana Mendes, e a diretora-geral da PepsiCo, Andrea Alvares, discutiram a posição da mulher em um mercado de trabalho com regras ainda ditadas por homens e as multitarefas que assumimos para equilibrar a carreira profissional com todos os outros aspectos da vida. “A brasileira quer ser mãe, ótima no trabalho, boa amante e, ainda, ser magra e bela. É uma soma pesada, impossível de conquistar sem muito esforço e sofrimento”, foi uma das frases de Mirian, que resumiu tudo.

Corpo foi o segundo tema da tarde. Conduzidas por Micheline Alves, diretora do núcleo Trip e Tpm, a ativista e política Mara Gabrilli e a surfista profissional de ondas grandes Maya Gabeira falaram sobre a relação com o próprio físico e os ideais de “corpo perfeito” ainda perseguidos pelas mulheres. Em seguida, os fotógrafos Vania Toledo e Jorge Bispo debateram sobre o nu masculino – e o desejo feminino diante dele –, com mediação de Renata Leão, diretora de núcleo da Trip Editora.

A professora e blogueira feminista Lola Aronovich falou sobre bullying virtual. Ela, que tem milhares de fãs (e também detratores escondidos sob o “anonimato” da internet), destacou a abrangência de um mundo em rede: “Na internet todo mundo tem voz, mulher trans, negra, índia, feminista”. O psicólogo clínico Luiz Alberto Hanns, um dos maiores estudiosos e conhecedores da obra de Sigmund Freud no Brasil, discorreu sobre relacionamentos entre casais nos tempos atuais. E a repórter especial da Tpm Nina Lemos comandou a última mesa do dia: um debate sobre maternidade que juntou a cantora Karina Buhr (que jamais teve o sonho de ter filhos, e assim continua) e as jornalistas Patrícia Koslinski (que passou anos tentando engravidar, desistiu, e só então concebeu Yolanda, hoje com 2 anos) e Angela Senra (que, solteira, adotou uma menina mesmo sem ter a ajuda de um parceiro). Para fechar o dia, Otto cantou músicas de vários momentos da carreira – e, como já virou praxe, tirou a camisa e se derreteu para as mulheres da plateia.


Domingo: política, moda, casamento e sexo 

O segundo dia começou quente: Clara Charf, 88 anos, militante e viúva do guerrilheiro Carlos Marighella, debateu política com a historiadora Mary del Priore e a ativista Elisa Gargiulo, uma das organizadoras da Marcha das Vadias em São Paulo. A conversa falou do machismo ao papel da mulher nas organizações políticas. “A mulher não pode só assistir às militâncias de fora, precisa ter coragem de se apresentar como é: inteligente, culta, criativa”, provocou Clara. Em seguida, Didi Wagner dividiu com a plateia um pouco da experiência de estar casada há 15 anos.

Falar de moda ficou por conta das stylists Chiara Gadaleta e Cris Zanetti, da consultoria Oficina de Estilo. Na pauta, a importância do autoconhecimento para combater o consumismo exagerado. Depois delas, a escritora Clara Averbuck defendeu a importância do feminismo, que ela encara como “um exercício diário”. Em um dos painéis que mais empolgaram a plateia, o jornalista Ricardo Calil e a cineasta Laís Bodanzky discutiram a representação da mulher no cinema, enquanto comentavam cenas de filmes como Branca de NeveUma linda mulher e Sex and the city. No fim da tarde, a médica Mariana Perroni refletiu sobre a vida dividida entre as muitas emergências da vida de uma mulher.

O último debate do dia juntou a psicanalista Regina Navarro Lins, a jornalista Nádia Lapa (criadora do blog Cem homens) e o cantor Léo Jaime em torno do tema sexo. A conversa, acalorada, passou por liberação sexual, estupro, depilação íntima e, claro, a discussão sobre os papéis de homens e mulheres. “O masculino e o feminino não existem. Todos nós somos fracos, corajosos, passivos, ativos. Isso é uma construção de que precisamos nos livrar”, disparou Regina. A Casa Tpm terminou com o show animado de Tulipa Ruiz, com direito a declaração de amor dela ao público e à revista.

No ano que vem tem mais!

Fotos: Ivan Padovani, João Castellano e Samuel Esteves

Assista aos debates:

Sábado

TRABALHO com a antropóloga Miriam Goldenberg, de Adriana Alvares, diretora geral do negócio de snacks da PepsiCo, e da delegada Adriana Mendes, diretora geral da corregedoria do Rio de Janeiro.

CORPO com surfista big rider Maya Gabeira, a deputada federal Mara Gabrilli e a apresentadora Sarah Oliveira com a mediação da diretora de núcleo da Trip e TpmMicheline Alves.

BULLYING VIRTUAL com a professora universitária e blogueira feminista Lola Aronovich, do blog Escreva, Lola, Escreva.

O NU MASCULINO os fotógrafos Vânia Toledo eJorge Bispo discutiram mediados pela jornalista Renata Leão, ex-diretora de redação da Tpm e atualmente diretora de núcleo C&A/Cidade Jardim da editora Trip.

RELACIONAMENTO por Luiz Alberto Hanns, psicólogo, psicanalista e um dos maiores estudiosos e conhecedores da obra de Sigmund Freud aqui do Brasil.

 

POLÍTICA com feministas de três diferentes gerações: Elisa Gargiulo, integrante do coletivo Marcha das Vadias, a historiadora Mary Del Priore e Clara Charf, militante política e ativista pelos direitos humanos.

ESTILO As stylists Chiara Gadaleta e Cris Zanetti falaram sobre consumo consciente, em um papo mediado por Nina Lemos.

CINEMA presença da mulher nas obras cinematográficas pela cineasta Laís Bodanzky e Ricardo Calil, diretor de núcleo da Trip Editora e crítico de cinema.

FEMINISMO nos dias de hoje com a escritora Clara Averbuck.

URGÊNCIA, vida regrada X vida corrida em um papo curto mas irresistível com a médica intensivista Mariana Perroni, blogueira do Palpitação.

SEXO em debate com a jornalista Nádia Lapa, autora do blog Cem Homens, o cantor e ator Léo Jaime e a psicanalista e escritora Regina Navarro LIns.

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