5 motivos para não assistir 50 tons de cinza

por Nina Lemos

Chega de histórias de moças indefesas que precisam ser salvas por príncipe yuppies! Abaixo o sexo sadomasoquista gourmet!

Eu li "50 tons de cinza". Quer dizer, eu li como jornalistas leêm livros que não gostam, mas têm que ler "profissionalmente": pulando. Li o suficiente para odiar.  E, não, não acho que ele deva ser proibido porque faz apologia da violência doméstica! Só acho que a história  é machista, boba e faz pouco da inteligência feminina. Proibir? Jamais! Só pense cinco vezes antes de gastar seu lindo dinheirinho e seu tempo maravilhoso com essa versão sadomasoquista da Bridget Jones. Abaixo, cinco razões para NÃO VER O FILME.

1-  A heroína, Anastasia, é uma garota desajeitada, tímida, que só dá fora na vida (porque mulher, vocês sabem, nunca faz nada direito sem um homem) que é seduzida por um príncipe. O sadomasoquismo e as cenas calientas não mudam o fato de que, veja bem, ela é uma garota perdida que precisa ser salva por um príncipe! 

2-  Ela é virgem. Nada contra virgens. Mas uma história sobre uma garota desajeitada que é seduzida por um príncipe sadomasoquista parece romance erótico do século 19, só que em versao mequetrefe.

3-  O príncipe é rico! Sim, Anastasia é uma virgem desajeitada seduzida por um príncipe yuppie. Uma das surpresas que ele faz para ela é um passeio de helicoptero! Não, não podemos acreditar mais em príncipes yuppies. Pelo amor de deus, não! Chega de Mr Bigs e Cristian Greys! 

4-  O sadomasoquismo é gourmetizado. Como o príncipe é yuppie, eles fazem sexo em cima de móveis de couro de design, em camas sadomasoquistas casa cor e em cadeiras sadomasoquistas que, como diz o amigo
Xico Sá, de tão esnobes, tem nome de gente.

5-  Por que precisa existir livro de sexo para mulher? A gente não pode curtir qualquer sacanagem e gostar? Tem que ser em embalagem com príncipe rico de design? Abaixo o erotismo de design, viva a pornografia barata! Sem móveis de design. E, principalmente, sem príncipes salvadores. Chega!

PS. Se depois de todos esses motivos você quer ver o filme, vá, se jogue! Afinal, ninguém tem que nada. Nem que concordar com absolutamente nada do que está escrito nesse texto.

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